
O voleibol é hoje um dos desportos mais praticados em escolas, praias e pavilhões de todo o mundo. Mas poucos sabem que nasceu quase por acaso, fruto da criatividade de um professor norte-americano que apenas queria encontrar uma alternativa menos intensa ao basquetebol. Sim, o voleibol nasceu como uma espécie de “primo tranquilo” de outros jogos coletivos, mas depressa ganhou vida própria e conquistou milhões.
A história começa em 1895, nos Estados Unidos, pelas mãos de William G. Morgan, professor de educação física. O seu objetivo era simples: criar um jogo que combinasse movimento, destreza e espírito coletivo, mas sem o contacto físico agressivo do basquetebol ou do futebol. A solução foi engenhosa: uma rede ao meio, duas equipas frente a frente e uma bola a passar de um lado para o outro, sem nunca tocar no chão. O primeiro nome escolhido foi até diferente: chamava-se “mintonette”, uma clara inspiração no badminton. Só mais tarde se fixou a designação que conhecemos hoje: voleibol.
O curioso é como um jogo pensado para ser “suave” acabou por se tornar numa modalidade de intensidade altíssima, marcada por saltos, ataques potentes e jogadas de enorme espetáculo. É a prova de que os desportos, tal como as pessoas, também têm direito a crescer e reinventar-se.

Com o passar dos anos, o voleibol foi adaptado, as regras foram-se afinando e o jogo ganhou espaço em competições internacionais. A entrada nos Jogos Olímpicos, em 1964, foi um marco que transformou definitivamente a modalidade, dando-lhe palco mundial e elevando o seu estatuto. Hoje, é impossível pensar nos Jogos sem imaginar as equipas de voleibol em ação, seja em pavilhão ou na versão de praia, que, curiosamente, nasceu em locais tão improvisados como as areias da Califórnia e acabou por conquistar até Copacabana.
Em Portugal, apesar de não ter a mesma popularidade do futebol, o voleibol sempre encontrou adeptos fiéis, tanto em clubes como em escolas. Quem passou pela experiência de jogar ao ar livre, entre amigos, sabe o quanto o voleibol tem de especial: é competitivo, mas mantém sempre uma certa leveza. Talvez porque, no fundo, nunca deixou de ser aquele jogo criado para juntar pessoas e fazer do desporto uma celebração da convivência.
Se há algo que podemos aprender com a história do voleibol é que os grandes sucessos muitas vezes nascem das ideias mais simples. Uma rede, uma bola e a vontade de partilhar um jogo. O resto, como tantas vezes acontece no desporto, foi o mundo inteiro a escrever.